Exposição Fotográfica Virtual
TAINHA, UM LANCE NA PANDEMIA
De Sandra Puente e Nilva Damian
TAINHA, UM LANCE NA PANDEMIA
Exposição Fotográfica Virtual de Sandra Puente e Nilva Damian
A pesca artesanal da Tainha começou em maio deste ano com muitas incertezas em plena pandemia e em meio ao caos do COVID 19. O distanciamento entre os grupos de pescadores, o uso de máscaras e álcool gel nas mãos, foram outros desafios para a pesca. Mas apesar de todos os procedimentos de segurança, essa tradicional prática cultural se manteve presente, afinal a pesca da tainha não é só lançar a rede e fazer o cerco, ou lançar a tarrafa e pegar algumas tainhas que distraidamente se perderam do cardume, é um verdadeiro ritual, que acontece até mesmo antes do amanhecer.
Os personagens dessa rica cultura são: os “vigias” que nas primeiras horas do dia, nos pontos mais altos das praias, observam a chegada dos cardumes; os barqueiros que ao nascer do sol já estão de prontidão no seu “Rancho de pesca”, preparando o barco para sair com suas quilométricas redes amarradas, para remar em direção ao alto mar e fazer o cerco do peixe, e por fim, os puxadores que fazem parte da força desta ação, para arrastar o “grande lance” até a areia.
Esta atividade pode levar horas, às vezes dias inteiros, na espera do cardume. Todos sabem muito bem seu papel neste ritual e numa força conjunta fazem o cerco. Além dos pescadores, os moradores das comunidades também participam no trabalho do arrasto da rede para areia, que muitas vezes vem carregado com centenas de quilos de peixes e é claro são recompensados com tainhas fresquinhas.
Registrar este ritual é uma maneira de investir, valorizar e conservar a grandiosidade dessa cultura que abraça a população de Florianópolis e que nos ensina que a união nos fortalece e que somos iguais perante a natureza.
“Tainha, um lance na Pandemia”, é o nome da exposição de fotografias inédita de Sandra Puente e Nilva Damian. Conta com 16 imagens poéticas sobre a pesca artesanal da tainha nos meses de maio a julho, nas praias da Barra da Lagoa, do Campeche, do Pântano do Sul, do Costão do Santinho e de Ponta das Canas. Com o intuito de mostrar como essa prática se manteve em meio a uma pandemia e como essa influenciou e interferiu na cultura pesqueira artesanal da Ilha de Santa Catarina.
Fotógrafas: Sandra Puente e Nilva Damian
Tratamento de Imagens: Brenda Mello Cardoso