“Ostras, Coisas do Mar”
Autoras: Nilva Damian e Sandra Puente
Um livro de fotografia, que conta de forma poética a cultura do cultivo das ostras e o efeito desta atividade na vida diária dos maricultores das comunidades de Sambaqui e Ribeirão da Ilha.
O presente trabalho usa o cultivo da ostra como fonte de inspiração para a fotografia e agrega o processo do cultivo na parte documental. Assim, teremos uma mescla harmônica entre imagens poéticas e registros documentais desta atividade.
A maricultura se tornou uma atividade importante na Ilha de Santa Catarina, de onde sai mais de 90% da ostra consumida no Brasil, mas a relação entre os moradores nativos da orla com o mar é antiga, a ponto de a pesca ter sido uma das principais ocupações durante vários séculos na região.
A pesca tradicional ainda tem seguidores e praticantes, porém a escassez do peixe, aliada à multiplicação de ocupações profissionais que o crescimento de Florianópolis proporcionou, levando as novas gerações para o comércio e a prestação de serviços, reduziu o número de pessoas envolvidas com a atividade. Ainda há ranchos de pesca e homens que se lançam ao mar, mas eles são, atualmente, em número reduzido.
Sambaqui e Santo Antônio, no Norte da Ilha, e Ribeirão da Ilha, no Sul, são duas importantes comunidades criadoras de ostras e, embora tenham aspectos da vida urbana, são caracterizadas por um modo de vida próprio, voltado para o mar, dentro do ritmo peculiar que este dita em todo o litoral.
As fazendas marinhas absorvem mão de obra local, formada por antigos pescadores artesanais e também por jovens, e assim geram renda e melhoram a qualidade de vida nesses locais.
No presente trabalho, que se concentram essas duas comunidades, o livro mostra a lida desses homens e mulheres, o ritual do cultivo (desde o momento em que as sementes são produzidas até a colheita, passando pelo processo de maturação das ostras e sua fixação em suportes previamente colocados nas colônias) e o efeito da atividade na vida diária da população.
O livro percorre esse caminho como fonte poética partindo da fotografia, que vai além do documental, usando a poesia das imagens dessa atividade. Sendo assim, os ensaios fotográficos dentro dos ranchos e o acompanhamento dos trabalhadores na colheita das ostras.
Até hoje, nenhum livro documentou essa atividade artesanal —o que há são fragmentos dispersos sobre o assunto. A intenção desta obra é juntar a documentação e a arte fotográfica. Sendo assim, o livro cumpre o seu papel social, levando até as escolas e instituições culturais um trabalho que ressalta aspectos relevantes da vida e da cultura de Florianópolis.
Paulo Clóvis Schmitz
Projeto n° 107/17 – Aprovado e executado pela Lei 3.659/91 do Incentivo à Cultura – Vinculado à Fundação Franklin Cascaes
Área: FOTOGRAFIA — Classificação do público: Livre
ANO 2019